as congadas

Surgidas das coroações de reis negros datadas do período colonial brasileiro e também das “Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos” – confrarias religiosas de negros católicos já catequizados, mas ainda sincréticos – as congadas se espalharam por todo o território nacional, assumindo, com o passar do tempo, características e significações próprias, de acordo com as zonas geográficas e de influência em que se estabeleceram. Embora as origens africanas e afro-descendentes sejam, talvez, as mais explícitas, portugueses e índios contribuíram para que as congadas tenham as formas atuais de organização, dança, canto, instrumentação musical, rituais, cortejo e embaixadas.

De acordo com o local em que se estabeleceram, podem ser chamadas de Guarda de Congado, Moçambique, Reis de Congo, Banda de Congo, Catopé, Vilão, Marujo, Maçambique, Quicumbi, Ensaios de Promessa, Reis Cariongo, Maracatu, Taieiras, Guarda de Pena (ou Penacho), Cambinda. Em comum – às vezes variando nome, informações de origem e nuances em determinadas características - alguns personagens, cantos, instrumentos, ritmos e a devoção aos santos de proteção Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia (no Espírito Santo as bandas de Congo devotam também Nossa Senhora da Penha). 

Os principais personagens-protagonistas são o rei e a rainha, representando os reinos do Congo e de Angola. Rainha Ginga, do reino de Angola, nascida Nzinga Bandi, catequizada pelos portugueses e batizada Ana de Sousa, soberana africana que nas congadas é lembrada em destaque e “reprisa” os feitos de seu império e exército. Como em um verdadeiro império, possui seu séquito de seguidores e personagens que a sua disposição se colocam, e também outros integrantes que representam diversas patentes do governo e exército.